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A Pergunta que Não Quer Calar: O Que é Preciso para Extrair o Melhor das Inteligências Artificiais?

Foto do escritor: Felipe LedierFelipe Ledier

Atualizado: 30 de jan.

A competência principal para se trabalhar com IA é mais simples do que se pensa, mas, ao mesmo tempo, mais complexa de ser conseguida: saber fazer perguntas!



Ilustração digital em tons de azul sobre fundo preto, apresentando um ponto de interrogação (que representa o tema do artigo – "como fazer pergunta"), formado por uma rede de linhas e pontos conectados, evocando a ideia de tecnologia, complexidade e busca por respostas.

Introdução

Elaborar um prompt é o elemento fundamental no processo de comunicação com a IA. Um prompt é, basicamente, uma pergunta que guia a resposta da inteligência artificial. Fazer perguntas parece uma habilidade simples, mas, na era da inteligência artificial (IA), ela se tornou uma competência estratégica e indispensável. Saber formular uma boa pergunta pode ser o diferencial entre obter uma resposta genérica ou extrair informações valiosas de ferramentas como ChatGPT e outras tecnologias de IA. Neste artigo, vamos explorar os fundamentos essenciais para criar prompts eficazes e alertar sobre os riscos de não se preparar adequadamente, principalmente em um Brasil marcado por desigualdades educacionais, desinformação e manipulação ideológica.


Parte 1: Os Fundamentos Essenciais para Criar um Prompt Eficaz


1. Pensamento Crítico

O pensamento crítico foi destacado pelo Fórum Econômico Mundial em 2023 como uma das principais habilidades para o futuro do trabalho. Ele envolve a capacidade de analisar informações de forma objetiva, questionar pressupostos e identificar vieses, aspectos fundamentais para elaborar perguntas claras e relevantes.


Dado alarmante: Apenas 1 em cada 10 estudantes brasileiros do ensino médio consegue interpretar a intenção de textos argumentativos, segundo dados do PISA 2022. Essa lacuna é preocupante em um mundo onde a informação mal interpretada pode levar a decisões erradas.

2. Entender Vieses Cognitivos

Os Vieses Cognitivos são "atalhos" que o cérebro utiliza para tomar decisões rápidas, mas podem distorcer julgamentos. Reconhecer esses vieses, como o Efeito de Confirmação ou o Viés de Ancoragem, é essencial para construir perguntas imparciais e obter respostas úteis.


Referência: Estudos publicados na Harvard Business Review mostram como vieses distorcem decisões e, no Brasil, esses erros são amplificados pela desinformação promovida por grupos políticos e religiosos manipuladores.

3. Lógica, Argumentação e Retórica

Formular uma boa pergunta exige lógica e clareza. O raciocínio estruturado evita ambiguidades, enquanto o uso da retórica permite contextualizar melhor os objetivos da pergunta.


Dado alarmante: Apenas 17% das escolas públicas brasileiras do ensino médio oferecem disciplinas que promovem raciocínio lógico ou debate, segundo o relatório do Todos pela Educação. Essa ausência cria gerações incapazes de questionar e interpretar informações críticas.

4. Repertório

Uma pergunta eficaz reflete o repertório cultural e informacional de quem a formula. Expandir esse repertório por meio de leitura, experiências e aprendizados diversificados ajuda a contextualizar melhor as demandas.


Estatística: No Brasil, 50% da população lê menos de um livro por ano (IBGE), uma limitação que prejudica o senso crítico e aumenta a dependência de fontes duvidosas.
Retratos da Leitura no Brasil 2024: O levantamento aponta que 53% dos entrevistados não leram nem mesmo parte de uma obra nos três meses anteriores à pesquisa. "Se considerarmos somente livros inteiros lidos, no período de três meses anteriores à pesquisa, o percentual de leitores é ainda menor, de 27% dos brasileiros", afirma a pesquisa.
Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil 2024, a obra mai citadas pelos entrevistados foi a Bíblia.

Parte 2: Acessibilidade e Educação no Contexto Brasileiro


1. Desafios Educacionais

Apesar de o Brasil investir cerca de 5,6% do PIB em educação, problemas como má gestão e desigualdade regional dificultam o acesso a uma formação de qualidade. Essa deficiência alimenta um ciclo de vulnerabilidade e desinformação.


Dado: O relatório TIC Kids Online revela que 93% da população brasileira de 9 a 17 anos tem acesso à internet, representando cerca de 24,5 milhões de pessoas. As plataformas mais acessadas por essa faixa etária incluem WhatsApp (70%), YouTube (66%), Instagram (60%) e TikTok (50%), sendo que a maioria acessa essas plataformas com frequência alta, várias vezes ao dia ou diariamente. Esse perfil de uso em redes sociais e para entretenimento apenas não desenvolve competências essenciais como pensamento crítico.

2. Fake News e Manipulação

A vulnerabilidade à desinformação é um grande obstáculo para o desenvolvimento de habilidades críticas no Brasil. Quase 90% dos brasileiros admitem ter acreditado em fake news, afirma uma pesquisa do Instituto Locomotiva (publicado pela Agência Brasil). Além disso, a proliferação de deepfakes e a atuação de grupos políticos e religiosos extremistas amplificam esse problema, manipulando a percepção pública.


Deepfake: Essa tecnologia tem sido usada de forma inescrupulosa para enganar e manipular, influenciando eleições e espalhando informações falsas em larga escala.

3. Propostas de Inclusão

  • Educação Inclusiva: É urgente promover projetos educacionais voltados à capacitação tecnológica e à alfabetização digital crítica, como o Programa Nacional de Inclusão Digital.

  • Alfabetização Midiática: Incluir disciplinas de alfabetização digital nos currículos escolares para ensinar jovens a consumir e produzir informações de forma crítica e ética.

  • Acesso à Tecnologia: Fortalecer centros comunitários com tecnologia de ponta e treinamentos em ferramentas de IA, garantindo que o aprendizado seja inclusivo e acessível a todos.


Dado positivo: De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o Programa Nacional de Inclusão Digital já beneficiou mais de 1,2 milhão de brasileiros, promovendo capacitação tecnológica e acesso a recursos digitais em comunidades carentes.

Conclusão


A habilidade de fazer boas perguntas é um elemento central na interação com a inteligência artificial e no desenvolvimento de competências para o século XXI. No Brasil, a deficiência educacional, combinada à manipulação promovida por grupos extremistas, torna essa tarefa ainda mais desafiadora. No entanto, com políticas públicas inclusivas, parcerias estratégicas e investimentos em alfabetização digital, é possível transformar a IA em uma ferramenta de empoderamento e igualdade.


Se a população brasileira não se preparar para a mudança de paradigma que as novas tecnologias trarão nos próximos meses, os índices de desigualdade, desemprego e exclusão das populações vulneráveis podem aumentar drasticamente. Este alerta é fundamentado em estudos como o relatório Future of Jobs 2023 do Fórum Econômico Mundial, que destaca como as habilidades digitais se tornarão essenciais para a empregabilidade global.

Fontes Consultadas:

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