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Entre o Mercado, a Justiça Social e a Sustentabilidade – Um Posicionamento Político

Atualizado: 13 de ago.

Quatro pessoas diversas em destaque, com expressão séria e determinada, seguram placas brancas com as palavras "Justiça", "Soberania", "Sustentabilidade" e "Inovação". Ao fundo, um grupo maior de pessoas acompanha o protesto pacífico em uma praça pública, com a bandeira do Brasil esvoaçando ao vento. A cena transmite uma mensagem de engajamento cidadão, democracia participativa e valores sociais fundamentais.

Este texto nasce de um questionamento profundo e autêntico: Quem sou politicamente e, principalmente, qual projeto de sociedade quero ajudar a construir?


Não é um exercício frio de teoria, mas um compromisso de vida. Porque, para mim, política não é um jogo de poderes — é a arte de transformar a realidade para que ela seja mais justa, livre e digna para todos.


Ao longo dessa reflexão, percebi que meus princípios se equilibram sobre três pilares: liberdade econômica, justiça social e responsabilidade ambiental. Não me interessa um Estado paralisado e omisso, nem um mercado selvagem e predatório. Quero um país que seja capaz de regular sem sufocar, proteger sem enclausurar, e crescer sem destruir.


Economia e Modelo de Desenvolvimento


Creio em um Estado regulador que não tema enfrentar interesses concentrados quando o bem público está em jogo. Não sou contra a iniciativa privada — ao contrário, entendo que ela é motor de inovação e prosperidade.


Mas a história já nos ensinou que mercados sem freios geram desigualdades brutais e abusos inaceitáveis.

Não podemos fingir que casos como o da privatização da Sabesp, em São Paulo, são apenas “ajustes econômicos”. Quando tarifas de água sobem até 200% para grandes consumidores e contratos que beneficiavam prefeituras são rompidos, não estamos falando de eficiência: estamos falando de transferência de riqueza pública para mãos privadas, sem contrapartida proporcional à sociedade.


Por isso, defendo uma reforma tributária que una eficiência e justiça. O Brasil é campeão em cobrar impostos e medíocre em devolver serviços. Não basta arrecadar — é preciso gerir com transparência e prioridade social.


Estado, Democracia e Sociedade


Sou defensor de um federalismo descentralizado, no qual estados e municípios tenham autonomia para criar soluções que respeitem suas realidades, mas sempre com padrões nacionais de qualidade definidos e garantidos pelo governo federal.


A democracia representativa, apesar das falhas, ainda é nossa melhor defesa contra a tirania das maiorias e a corrosão das liberdades. Mas ela não pode ser um ritual esvaziado a cada quatro anos. Plebiscitos, consultas públicas e mecanismos digitais de participação devem ser fortalecidos.


Digo isso pois observo que a alienação da população e a crescente falta de engajamento com causas coletivas decorrem, em grande medida, da urgência da sobrevivência cotidiana. Muitas pessoas encontram-se imersas em desafios básicos do dia a dia, o que reduz significativamente sua capacidade e disposição para defender direitos, liberdades e o respeito mútuo. Esse cenário compromete o tecido social e exige a criação de políticas públicas eficazes que garantam condições mínimas de dignidade e segurança, permitindo que o cidadão possa exercer plenamente sua cidadania e participação política.


E sim, em momentos críticos — como na pandemia da COVID-19 —, direitos individuais podem sofrer restrições temporárias. Isso não é autoritarismo; é responsabilidade coletiva. A Lei nº 13.979/2020 foi um exemplo de como agir com base legal, controle democrático e foco no bem comum.


Cultura, Identidade e Direitos


Não há democracia verdadeira onde a diversidade é silenciada.

O Estado deve ser promotor ativo da pluralidade cultural, étnica, de gênero e sexualidade. Políticas afirmativas não são “privilégios”: são instrumentos para corrigir feridas abertas por séculos de exclusão e violência estrutural.


A liberdade de expressão é sagrada, mas não ilimitada. Quando a fala se converte em arma para atacar direitos fundamentais, deixa de ser liberdade e passa a ser agressão. E agressões não podem ter guarida, nem moralmente, nem juridicamente.


Meio Ambiente e Futuro


Defender o meio ambiente não é pauta “romântica” — é questão de sobrevivência nacional.

A transição para uma economia de baixo carbono deve ser planejada, garantindo emprego, requalificação e dignidade para quem hoje vive de atividades poluentes.


A Amazônia, patrimônio incomparável, precisa permanecer sob soberania brasileira, mas isso não significa deixá-la ao abandono. Significa transformá-la em polo mundial de pesquisa, tecnologia e inovação, repartindo benefícios com quem sempre preservou suas riquezas: as populações tradicionais.


Política Internacional e Geopolítica


O Brasil deve atuar como ponte, não como satélite.

No BRICS, vejo a chance de diversificar nossas parcerias e reduzir a dependência do dólar. Ao mesmo tempo, defendo relações diplomáticas firmes com EUA, União Europeia e outros blocos. Liderança regional não se exerce com imposição, mas com cooperação estratégica e respeito mútuo.


Já as Forças Armadas carregam um peso histórico de estigmas e equívocos que, infelizmente, encobrem o seu real potencial para o desenvolvimento do país.


Não se trata apenas de garantir a defesa do território e da soberania nacional — papel fundamental e inegociável —, mas de reconhecer que elas podem ser protagonistas na proteção dos nossos ativos naturais e na promoção da inovação tecnológica.

Com um investimento sério e direcionado em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), especialmente em armamentos não-letais e tecnologias emergentes, as Forças Armadas podem se transformar em um poderoso vetor de geração de empregos qualificados, com carreiras que inspirem e valorizem milhares de brasileiros.


É urgente desmistificar a visão retrógrada que aprisiona essas instituições e enxergá-las como parte estratégica do nosso projeto nacional, capazes de convergir soberania, sustentabilidade e inovação.

Assim, podemos resgatar o orgulho da nação em sua defesa e projeção no mundo, renovando as Forças Armadas como guardiãs da pátria, da riqueza ambiental e da vanguarda tecnológica que nosso país merece.


Conclusão


Meu posicionamento político é o de uma social-democracia pragmática: regulação forte, mas aberta à inovação; economia ativa, mas com freios à ganância; democracia viva, mas com responsabilidades compartilhadas.


Não acredito em modelos prontos. Acredito em construir, passo a passo, um Brasil que proteja direitos, preserve a natureza e crie oportunidades para todos.


O desenvolvimento é, antes de tudo, a expansão das liberdades reais que as pessoas desfrutam.” — Amartya Sen

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